bebi duas garrafas de vinho medíocre, duas doses de uísque vagabundo e um prato de polenta frita virada em banha. trancei as pernas de bar em bar. no escuro, vultos que se sacudiam. no palco, uma banda e na banda um músico muito ruim fumando um baurete. não adiantava olhar ao redor, uma neblina no que restava do meu cérebro impedia o reconhecimento. alguém se aproxima não sei se macho ou fêmea. se galináceo ou quadrúpede. se otário ou cool. minha imersão alcoólica impede os reflexos e eu não sei de nada só que tudo aquilo é realmente o nada. vejo as pessoas com código de barra, listadas e não sei o preço delas. ni dieu ni maître talvez o diabo. sim, o ciúme - disse matias aires - fabricou os ferros, criou a escravidão do homem e agora a gente vive nesse cativeiro chamado lar. o que será mais obsceno? vício ou alienação? o que dói mais? a mentira ou a verdade? sem respostas saí daquele buteco enfumaçado e o ar inocente de fora acalmou minhas necessidades etílicas. tropeçando voltei para o carro. me tranco e ali durmo até o amanhecer pouco me lixando para essa cidade de merda. para esse pesadelo racional que embala todos e que graças a deus me exclui. um conta mentira para o outro e assim garantem uma sobrevida: o filho para o pai, o pai para a própria mãe, essa para o marido, o marido para a amante e segue a humanidade. eu também minto, mas bebo antes. bebo até fazer por merecer este fígado podre que me assombra.março 11, 2010
CAINDO FORA
bebi duas garrafas de vinho medíocre, duas doses de uísque vagabundo e um prato de polenta frita virada em banha. trancei as pernas de bar em bar. no escuro, vultos que se sacudiam. no palco, uma banda e na banda um músico muito ruim fumando um baurete. não adiantava olhar ao redor, uma neblina no que restava do meu cérebro impedia o reconhecimento. alguém se aproxima não sei se macho ou fêmea. se galináceo ou quadrúpede. se otário ou cool. minha imersão alcoólica impede os reflexos e eu não sei de nada só que tudo aquilo é realmente o nada. vejo as pessoas com código de barra, listadas e não sei o preço delas. ni dieu ni maître talvez o diabo. sim, o ciúme - disse matias aires - fabricou os ferros, criou a escravidão do homem e agora a gente vive nesse cativeiro chamado lar. o que será mais obsceno? vício ou alienação? o que dói mais? a mentira ou a verdade? sem respostas saí daquele buteco enfumaçado e o ar inocente de fora acalmou minhas necessidades etílicas. tropeçando voltei para o carro. me tranco e ali durmo até o amanhecer pouco me lixando para essa cidade de merda. para esse pesadelo racional que embala todos e que graças a deus me exclui. um conta mentira para o outro e assim garantem uma sobrevida: o filho para o pai, o pai para a própria mãe, essa para o marido, o marido para a amante e segue a humanidade. eu também minto, mas bebo antes. bebo até fazer por merecer este fígado podre que me assombra.
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