Depois de tanta arte no Margs, de examinar cada Chagall, cada Miró, Guignard, Renoir, Portinari, Iberê... Depois de ver tanta gente “entendida” na frente de cada quadro importante, onde está a mulher pelada de Eugene Leroy? - quer saber uma menininha; também uma professora de algum liceu de artes provoca seus alunos - o que vocês acham que significa essa sombra?; depois de tanto os seguranças avisarem que nem o dedão do pé pode encostar na faixa de segurança amarela, enfim, volto para a rua e deparo com os camelôs na praça vivendo da arte da sobrevivência, no dilema do próximo minuto.Fora do museu, a luz real, as árvores "de carne e osso", os sons e cheiros que fecundam a realidade e lá me vou aliviada e desimportante junto ao povo, que sou. E bem que Damien Cadio definiu num cantinho do quadro de Julien Beyneton, aquele contemporâneo que traz a figura de um grafiteiro francês: “on résiste, ne respire plus.” Sim, sim, sim. É o que tenho feito.
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